terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Qual é o Grande Problema que o Chargista Enfrenta?

Charge publicada no Diário de Caratinga

- Financeiro....(risos). Por enfrentar um mercado de trabalho muito restrito que basicamente se restringe às páginas editorias dos jornais. Quando um chargista assume este espaço geralmente ele o ocupa por décadas, impossibilitando uma oportunidade a um outro artista.Isto nos grandes centros, imagina nos jornais do interior?
Morei em Brasíla no fim da década de oitenta até a final de noventa. De lá pra cá, pode se contar nos dedos os chargistas que atuaram nesta a´rea nos dois diários da cidade: Gougon e Lane (Jornal de Brasília); Lopes, Kácio e atualmente Cícero (Correio Braziliense).
Para aproveitar o gancho da pergunta vou complementar minha resposta com uma revelação. Pode parecer estranho, mas a atividade que menos exerci ao longo desta minha trajetória foi a de desenhar. Deus me deu o dom, tenho a mão boa, mas acho que poderia desenvolver mais o talento e obter mais sucesso como cartunista, se me dedicasse mais a arte de desenhar. 
Ao contrário dos artistas que vivem exclusivamente de seus traços e que entram numa redação, agência ou em seu próprio estúdio e passam ali oito horas ou mais, apenas criando, desenhando e pintando, eu segmentei minha profissão diagramando, editando, criando logomarcas, sendo dono de loja de roupas infantil, de gráfica, produzindo catálogo telefônico, vendendo brindes, fazendo propaganda e, na minha agitação cultural, fundei blocos de carnaval, promovi mais um tanto de eventos, e foram muitos anos de luta e horas de sono perdidos para realizar doze salões de humor e criar a Casa Ziraldo de Cultura. 
Nesta miscelânea, para poder unir uma atividade às outras, não me sobrava muito tempo para me dedicar à prancheta e sempre fiz as charges a toque de caixa, sem muitas elucubrações, com desenhos toscos e sem burilar as ideias.

Entrevista Diário de Caratinga - Parte 11

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