domingo, 21 de dezembro de 2014

Edra, Um Incentivador da Cultura

Auto caricatura

Élcio Danilo Russo Amorim. Esse é o nome de um caratinguense que fez e ainda faz muito pela cultura. 
Edra, como é conhecido, iniciou como desenhista arquitetônico. É cartunista, designer gráfico, produtor cultural e editor. Também é diretor da Casa Ziraldo de Cultura, espaço que tem papel fundamental na descoberta de novos talentos da cidade. 
Nesta entrevista ao Diário de Caratinga, ele conta um pouco do início de sua carreira e de alguns episódios que marcaram a sua vida profissional. 
E claro, ele não deixa de citar o ilustre caratinguense Ziraldo Alves Pinto, a quem chama de ídolo.

Entrevista Diário de Caratinga - Introdução

sábado, 20 de dezembro de 2014

Quando Você Começou a se Interessar por Charges, Quadrinhos? Quem te Influenciou?

Comecei acompanhar o trabalho do Laerte na Revista Placar

- Quando criança gostava muito de desenhar, o que é natural nesta fase. Sempre me destaquei em sala de aula, não só pelos desenhos, mas também pela minha habilidade manual, o que acabava me levando a fazer os trabalhos dos meus colegas também. 
O meu interesse pela ilustração, mais precisamente pelas charges e cartuns, se deu por meio dos livros. Durante a infância, adorava ler a “Revista Recreio” (mais do que revistas em quadrinhos), que além de passatempos interessantes que estimulavam a criatividade, trazia também textos de autores conceituados da literatura infantil e belas ilustrações. 
Tinha o hábito de ler jornais e quando me deparava com as charges, achava engraçado, e ao mesmo tempo, muito interessante pelas mensagens que transmitiam. 
Sempre ligado em futebol não saía das bancas de revistas para comprar o “Jornal dos Sports” e a “Revista Placar” que estampavam, em sua última página, charges e tirinhas do genial Laerte que, ao contrário do que muita gente imagina, foi ele, antes do Ziraldo, que despertou em mim a curiosidade pelo universo das charges, me influenciando diretamente. 
Ali eu me deparei com três paixões que me moviam: o desenho, o futebol e o humor. Despertei para o assunto e comecei a criar e rabiscar os meus primeiros desenhos de humor. 
Por ser muito tímido e inseguro, não mostrava para ninguém e engavetava todos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Quando Esta Habilidade Para o Desenho Começou a se Tornar Sua Profissão de Fato?

No primeiro emprego, como desenhista arquitetônico.

- Comecei a trabalhar aos 15 anos como desenhista arquitetônico. Esse trabalho me deu conhecimento de perspectiva, ângulos e tal. Aos dezoito anos, meu primeiro desenho foi publicado por uma revista "Personal Humor" de Curitiba em troca de uns trocados como colaborador. 
No mesmo ano, tive um desenho selecionado no Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Isto foi me dando segurança e a sensação que eu levava realmente jeito pra coisa. 
Em 1980, morando em Brasília e ainda trabalhando com desenho arquitetônico, resolvi ir de encontro ao meu grande sonho. Precisei enfrentar minha timidez peculiar e, com minha pasta de desenhos debaixo do braço, fui até o jornal “Correio Braziliense”
Assim que o editor deu as primeiras foleadas começou a rir e a mostrar para os colegas de redação, depois virou pra mim e disse: “quer começar amanhã?”. 
Abri mão de uma profissão segura e rentável na época e fui, literalmente, com todo risco, trilhar um novo caminho.

Entrevista Diário de Caratinga - Parte 4

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Quando e Como Foi o Seu Primeiro Contato com Ziraldo?

Ziraldo: ídolo e parceiro em vários projetos

- Meu primeiro contato com Ziraldo foi em 1977, no aniversário de 70 anos do pai dele, o Sr. Geraldo Alves Pinto (que hoje dá o nome a rua onde moro), comemorado aqui em Caratinga. 
Na ocasião, tremendo da cabeça aos pés, mostrei a ele a pasta com os meus desenhos que estavam engavetados há uns quatro anos. Tempos depois, em 1998, já profissional, pedi a ele um prefácio para o meu livro de cartuns “Se Rir, Eu Choro”. Ele nem sabia mais quem eu era, mas conheceu e gostou do meu trabalho. 
Depois de uns quatro meses de telefonemas, recebi o prefácio com um belo texto, por coincidência, no dia do meu aniversário. Mas nossa aproximação foi demorada. 
Dois anos depois, ele voltou a me atender em outro pedido, criando o cartaz do 3º Salão de Humor de Caratinga e mesmo sendo convidado desde a primeira vez, só marcou presença, finalmente, na 6ª edição, em 2004, quando voltou a assinar o cartaz do evento, e na sequência desenhou também os do sétimo e oitavo salão. O Salão virou referência internacional entre os cartunistas e por onde andava, o Ziraldo ouvia elogios, inclusive na China. 
Em 2006, num encontro que tivemos em Brasília, ele se aproximou de mim, fez a maior festa e bem ao seu jeitão gritou: "este menino é doido! Ele realiza em Caratinga, um Salão Interrrrrrrrnacional de Humor que é uma maravilha!" Daí, veio a pergunta: “quantos cartazes já fiz para o Salão?”. Quatro, respondi. Ele colocou a mão sobre os meus ombros e disse: “pois agora quero desenhar todos daqui pra frente, até eu morrer! Respondi de bate pronto: “vida longa pra você, meu mestre!”. 
Com o passar dos anos, cresceu a nossa amizade, a confiança e fizemos muitas parcerias em edições de revistas, jornais, culminando na edição do livro “Ninguém Segura Caratinga”, amplamente divulgado em suas entrevistas, concedidas nos programas do Jô Soares, Leda Nagle e Amaury Júnior e lançado com sucesso em Brasília, Rio e São Paulo. Assim chegamos até a criação da Casa Ziraldo de Cultura.

Entrevista Diário de Caratinga - Parte 5

Em Brasília, falando sobre a criação de um
salão de humor em Caratinga

Na casa do ídolo, vendo o jogo do Flamengo e o
presenteando com seu livro e uma caricatura.

Uma honra ser amigo do mestre

Parceria no livro "Ninguém Segura Caratinga"

Com cartunistas na inauguração da Casa Ziraldo de Cultura

Edra Participa de Encontro de Cartunistas no Rio de Janeiro. Exposição vai até 31 de Março / 2015

Grandes nomes do cartum nacional marcaram presença

Aconteceu no último sábado, 13, a abertura do IX Encontro Anual dos Cartunistas, na cidade do Rio de Janeiro. 
O cartunista caratinguense Edra marcou presença novamente com seus desenhos na cidade maravilhosa. 
Com o tema “Pro ano não morrer na praia” a exposição, que é realizada desde 2005, reúne desenhos, entre cartuns, charges e caricaturas, de grandes nomes do cartum nacional entre eles Ziraldo, Jaguar, Ique, Nani, Guidacci, Ferreth, Amorim, JBosco, os irmãos Caruso, entre tantas outras feras. 
A mostra vai até o dia 31 de março de 2015 no Restaurante Martínez, na avenida Atlântica, 974, Leme, no Rio de Janeiro.

Fonte: Diário das Gerais - Edição de hoje.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Você tem uma história com o Diário de Caratinga. Como foi o começo deste trabalho para o jornal?

Exposição itinerante "10 anos de charges /  Diário de Caratinga".

Durante muito tempo as suas charges 
foram destaques nas capas do impresso.  

- Minha história com o Diário de Caratinga é um capítulo muito significativo em minha vida profissional e tem um valor pessoal muito importante por vários aspectos. 
Fazer charge numa cidade do interior, onde os fatos e as pessoas estão estreitamente interligados, seja nas ruas, atividades profissionais ou sociais, não é nada fácil. 
Porém foi este um dos fatores primordiais para que eu aceitasse este desafio. O propósito era ter uma atuação cidadã mais acentuada na cidade onde nasci e que tanto amo. 
Foi justamente num dos momentos mais dramáticos da nossa cidade (as enchentes de 2003 e 2004) que voltei a desenhar para o Diário. Antes, em 1997, fiz charges quando ainda era Diário do Aço/Caratinga, que originou o livro “Bagunçaram o Meu Coreto”. Quando completei dez anos no jornal, tinha feito mais de 2000 charges que abordavam os mais variados temas, desde os mais amenos, passando pela rivalidade entre os atleticanos e cruzeirenses, até os acontecimentos mais polêmicos. 
O fruto desta parceria foi registrado com a edição de cinco livros de charges que considero um marco importante na história da nossa comunicação e da minha vida também!

Entrevista Diário de Caratinga - Parte 7

10 anos de charges foram registradas em cinco livros.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Sendo Você o Fundador da Casa Ziraldo de Cultura, Qual a Sua Avaliação Deste Espaço Cultural em Caratinga?

Fachada da Casa Ziraldo de Cultura,
fundada em 27 de novembro de 2009.

 - Um divisor de águas. Embora, ainda esteja funcionado, desde sua fundação, com apenas 30% das ações pensadas em sua concepção, a Casa Ziraldo de Cultura vem cumprido o seu papel, impulsionando a vida cultural em nossa cidade e estimulando novos talentos e valores culturais, por meio de atividades artísticas dos mais variados segmentos. 
Outro ponto de destaque é o resgate de nossa história. A Casa Ziraldo de Cultura é palco de homenagens para aqueles que deram sua contribuição, deixando um rico legado para o cenário cultural caratinguense. Já contabilizamos mais de 300 eventos, então, basta imaginar que se não tivéssemos conquistado esta estrutura, muitos deles não poderiam ter sido realizados. 
Muitos artistas queriam realizar alguma atividade e não conseguiam um espaço adequado, outros foram estimulados a colocar pra fora a sua capacidade criativa a partir do momento que passaram a adquirir este respaldo. 
Um espaço democrático, um ideal coletivo. Ali é a casa de todos os artistas e agentes culturais de Caratinga, consagrados ou não; iniciantes e aprendizes de todas as manifestações artísticas, sem nenhum ônus, tanto para quem se apresenta quanto para o público visitante. 
Um espaço privilegiado que possibilita o acesso de todos, o que é, sem dúvida, muito importante. Portanto, a Casa Ziraldo é hoje uma das vertentes que impulsiona a evolução de nossa cidade, não tão somente na parte cultural, mas também no social, no turismo, servindo ainda, de referência para criações de outros espaços, o que é muito salutar. 
Neste ano completamos cinco anos de fundação. Agradeço ao prefeito Marco Antônio por estar à frente deste trabalho novamente, mantendo em mim, a esperança, de que terei todo o apoio necessário para o funcionamento em sua plenitude conceitual, conforme foi idealizado e implementação de várias atração culturais para a nossa cidade.

Entrevista Diário de Caratinga - Parte 8

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Como Surgiu o Salão de Humor de Caratinga?

Salão Internacional de Humor de Caratinga
 O mais importante em Minas. Entre os principais do país.

- Já cartunista profissional, em Brasília, participando de vários salões de humor no Brasil e exterior, idealizei um salão de humor em Caratinga, mesmo sem ter conhecido nenhum pessoalmente. Não tinha a menor ideia da dinâmica deste evento. 
Contudo o nosso salão de humor começou grande, tanto pela quantidade, quanto pela qualidade dos trabalhos recebidos, com inscrições de artistas de 45 países, atraídos pela oportunidade de participar de um salão, justamente na terra onde nasceu Ziraldo, um ícone dos cartunistas, uma das maiores referência do desenho de humor mundial. 
O primeiro salão de humor foi realizado no 150º aniversário de Caratinga, em 1998. Mais tarde, instituí o “Troféu Pererê” para que o evento fosse uma homenagem perene ao Ziraldo, o que ajudou a projetar o nome da nossa cidade, por meio de sua criatividade e pelo talento dos seus traços. 
Pela organização e credibilidade adquirida ao longo de doze edições realizadas, o Salão Internacional de Humor de Caratinga é o principal do nosso estado e está entre os cinco maiores do Brasil.

Entrevista Diário de Caratinga - Parte 9

Charge Exposta no IX Encontro Anual de Cartunistas no Restaurante Martínez, no Rio de Janeiro

"Pro Ano Não Morrer na Praia" - Exposição de 50 cartunistas.
De 13/12 a 31 de março de 2015.
no Restaurante Martínez, Av. Atlântica, Leme, Rio de Janeiro

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Qual é a Importância dos Salões de Humor Para o Chargista?

Exposição no Salão Internacional de Humor de Caratinga

- Ao expor os trabalhos originais dos artistas, o Salão de Humor se transforma num palco, (ou seria picadeiro?..rss), servindo de vitrine para novos talentos, proporcionando a eles a oportunidade conhecer variadas técnicas e estilos de artistas brasileiros e do exterior, além de promover o encontro entre os cartunistas consagrados. 
Abre importantes canais de comunicação aos amantes desta arte e com o público participante, especialmente aos que não tem acesso aos grandes jornais, revistas e livros ou até mesmo aos que não tem o hábito da leitura. 
A resposta do público é enorme, pelo fato do humor ter uma linguagem universal e pelo grande fascínio que a beleza plástica do desenho exerce nas pessoas, criando um apelo a mensagem que cada artista procura passar. 
Durante a realização do evento, a cidade e região se mobilizam para visitar, discutir e refletir sobre os trabalhos expostos. Eles representam a visão de artistas de todas as partes do mundo sobre os mais variados temas, como: meio ambiente, fome, desigualdade social, violência, política, guerra, racismo, entre outros. 
Todas as pessoas que visitam o salão saem de lá tocadas, ninguém fica indiferente, o que torna ainda mais gratificante a realização de um evento desta natureza. 
Uma forma de fomentar a cultura, levando às pessoas informação, consciência social e diversão por meio do entretenimento, estimulando também, o contato entre autores, público e afins.

Entrevista Diário de Caratinga / Parte 10

Grandes nomes do cartum mineiro recebem as boas vindas

Apresentação da corporação musical Banda Santa Cecília

O Salão de Humor sempre recebe um grande público.

Que ficam fascinados com os desenhos expostos

Tenda montada na praça central da cidade de Caratinga

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

PT e Aliados. Hora de Partir o Bolo

Charge Diário de Caratinga 

Premiado no IV Salão de Humor de Juiz de Fora, Depois ter Ficado Afastado por um Tempo dos Salões.

Segundo lugar no IV Salão de Humor de Juiz de Fora

Conte-nos um pouco sobre isso? 

- Aos 18 anos tive um cartum selecionado no Salão de Humor de Piracicaba. Em seguida, quando me profissionalizei fui selecionado em vários salões e passar por este crivo sinaliza que você tem potencial. 
Mais tarde vieram algumas premiações em Brasília, no Rio, no Piauí e inclusive no exterior (Argentina e França). 
Depois, fiquei muitos anos sem participar, envolvido com tantos outros projetos profissionais e de vida. 
Em 2012, ensaiei um retorno e enviei trabalhos para dois salões. Fiquei em 2º lugar em Juiz de Fora e emplaquei dois cartuns num concorridíssimo, em Brasília. Deu pra animar, mas infelizmente, até hoje não voltei a participar de nenhum outro, a não ser como convidado, jurado, ministrando oficinas ou lançando livros.
Acho interessante participar e quero tentar uma outra retomada neste ano.

Entrevista Diário de Caratinga / Parte 10

Silvio Santos Ganha Exposição no Metrô de São Paulo em Homenagem aos Seus 84 Anos de Vida

 Flash Expo com caricaturas do Silvio Santos. 
Os trabalhos retratando o homem do Baú foram desenhadas por 60 cartunistas brasileiros convidados pelo o organizador do evento, o cartunista Jal, da Associação de Cartunistas do Brasil. 
Estou participando com a caricatura com o fundo amarelo, feita ainda na década de oitenta para ilustrar uma matéria do Correio do Brasil, em Brasília. Das próximas flash expo, enviarei uma das três primeiras, que fiz neste mês.
Os desenhos estarão expostos a partir de hoje no metrô República em São Paulo.  

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

PT. Neste Natal Lembre-se de Mim: PMDB


Qual é o Grande Problema que o Chargista Enfrenta?

Charge publicada no Diário de Caratinga

- Financeiro....(risos). Por enfrentar um mercado de trabalho muito restrito que basicamente se restringe às páginas editorias dos jornais. Quando um chargista assume este espaço geralmente ele o ocupa por décadas, impossibilitando uma oportunidade a um outro artista.Isto nos grandes centros, imagina nos jornais do interior?
Morei em Brasíla no fim da década de oitenta até a final de noventa. De lá pra cá, pode se contar nos dedos os chargistas que atuaram nesta a´rea nos dois diários da cidade: Gougon e Lane (Jornal de Brasília); Lopes, Kácio e atualmente Cícero (Correio Braziliense).
Para aproveitar o gancho da pergunta vou complementar minha resposta com uma revelação. Pode parecer estranho, mas a atividade que menos exerci ao longo desta minha trajetória foi a de desenhar. Deus me deu o dom, tenho a mão boa, mas acho que poderia desenvolver mais o talento e obter mais sucesso como cartunista, se me dedicasse mais a arte de desenhar. 
Ao contrário dos artistas que vivem exclusivamente de seus traços e que entram numa redação, agência ou em seu próprio estúdio e passam ali oito horas ou mais, apenas criando, desenhando e pintando, eu segmentei minha profissão diagramando, editando, criando logomarcas, sendo dono de loja de roupas infantil, de gráfica, produzindo catálogo telefônico, vendendo brindes, fazendo propaganda e, na minha agitação cultural, fundei blocos de carnaval, promovi mais um tanto de eventos, e foram muitos anos de luta e horas de sono perdidos para realizar doze salões de humor e criar a Casa Ziraldo de Cultura. 
Nesta miscelânea, para poder unir uma atividade às outras, não me sobrava muito tempo para me dedicar à prancheta e sempre fiz as charges a toque de caixa, sem muitas elucubrações, com desenhos toscos e sem burilar as ideias.

Entrevista Diário de Caratinga - Parte 11

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Amigo Oculto no Natal. Traíra o Ano Todo



Pra Quem Você Daria Destaque no Cenário Nacional de Cartuns?

Ziraldo, Maurício de Souza, Angeli, Laerte e Dálcio Machado

- Além do Ziraldo, é claro, destaco o Maurício de Souza, pela representatividade de sua obra no mercado editorial de quadrinhos. Hoje, pelo contato que tenho com praticamente todos os artistas desta área no país e pelo conhecimento que tenho do grande talento de todos eles, formaria uma fantástica seleção com feras das antigas e atual geração que faço representar aqui, pelos geniais e meus ídolos: Angeli, Laerte e Dálcio Machado. 

Tem algum tipo de piada que você não faz de jeito nenhum? 
- Sim, inúmeras. 

Atualmente, existe algum tipo de censura? 
- O tempo todo e maquiada de várias formas. O Brasil vive uma “falsa liberdade” e, não por acaso, sempre nos deparamos com um tipo de censura e, quando isso acontece, a charge é um dos primeiros alvos. Pela sua facilidade de entendimento e apelo visual, a charge consegue um alcance, ás vezes, maior que uma matéria, por isso ela é temida.

Entrevista Diário de Caratinga / Partes 12, 13 e 14

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Sua exoneração da Casa Ziraldo de Cultura em 2012 rendeu charges de seus amigos cartunistas.

Samuca / PE 

Como foi ver a inversão de papéis, com você sendo o “personagem principal” das charges? 

- A charge é uma sátira, ou seja, uma maneira de criticar ou se opor aos acontecimentos ou pessoas. A minha exoneração aconteceu de forma desrespeitosa, diria até, covarde! Faltaram, com o respeito não somente a mim, mas, sobretudo ao trabalho ali realizado; o que a Casa Ziraldo de Cultura representa pra nossa comunidade e ao homenageado, que dá ao nome aquele espaço. 
Um ato sem razão de ser, movido por interesses meramente políticos. Porém, o fato instigou a revolta de cartunistas brasileiros e do exterior, que assim como eu e meus conterrâneos, ficaram perplexos com a notícia. 
Iniciou-se assim, um manifesto a favor da cultura e do trabalho realizado por mim frente a Casa de Cultura Ziraldo, através de charges de cartunistas (aos quais sou muito grato) convocados pela Associação de Cartunistas do Brasil, capitaneado pelo cartunista Jal. A indignação se espalhou e foi reproduzida em sites e publicações em vários países. Isso amenizou um pouco a minha decepção e tristeza. 
Então, ao contrário de outros “personagens” abordados em charges por ações desabonadoras, me senti confortado, recebendo tantas manifestações de apoio. Vale recordar que contei também com o carinho dos caratinguenses, tanto nas redes sociais, telefonemas como nas ruas quando me abraçavam e me davam palavras de apoio. 

Entrevista Diário de Caratinga - Parte 15

Bira Dantas - Campinas / SP

Iéio - São Carlos do Pinhal / SP

Jal / São Paulo

Manga / São Paulo

Milton - São Paulo

Samuel Bono / São Paulo

Siqueira / São Paulo

Verde / São Paulo

Vinícius Ferraz / São Paulo

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Então é Natal...


Mas Sua Atividade não se Resume a Charge. Sua Atividade Cultural em Nossa Cidade é Intensa.



Oficinas e palestras em Caratinga e região.

- Verdade. Tenho no currículo um leque de realizações. Sempre tive muita iniciativa para promover coisas novas. 
Ainda bem garoto, eu montava um circo no quintal de casa e organizava campeonatos de futebol. 
Aos 17 anos, realizei cinco campeonatos de futebol de botão com regras e mesas oficiais, além da edição de um jornalzinho com as notícias das partidas.
Fui editor fundador do Jornal “A Semana” e da revistinha infantil “O Pimpolho”. 
Participei ativamente da efervescência dos nossos carnavais na década de 80 como carnavalesco, compositor e mestre-sala do bloco “Doidim Paquerê” e com a “Banda Alô Mamãe”. 
De lá pra cá, foram centenas de trabalhos. Atualmente, conciliando com as que ações que promovo na Casa Ziraldo de Cultura, faço outras independentes, como o “I Encontro de Carros Antigos de Caratinga”, realizado com muito sucesso recentemente.
Somam se aqui, publicações na mídia nacional, as minhas andanças Brasil afora com meus trabalhos, oficinas, palestras, exposições e livros. 

Entrevista Diário de Caratinga - Pergunta 14

Encontro de Carros Antigos de Caratinga

Participação ativa no carnaval caratinguense

Criação da Casa Ziraldo de Cultura

Realização do Salão Internacional de Humor de Caratinga

Edição e publicação de vários livros, revistas e jornais

Exposições e lançamentos de livros

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O Que o Edra Ainda Quer Realizar Daqui pra Frente?

Ilustração extraída da "Cartilha do Eleitor"

- A gente sempre pode realizar mais! Tenho muitos planos para o futuro. É uma pena que a cultura, a arte, o artista não sejam valorizados em nosso país. 
Não bastasse a falta de incentivo, ainda temos que lidar com muitos obstáculos. É necessário que alguns segmentos de nossa sociedade enxerguem, não só o trabalho realizado até aqui, como também, este personagem que vos fala, com outras lentes. 
O potencial do artista não se restringe a arte. 
Mesmo alcançando sucesso no que me proponho, mesmo com toda credibilidade adquirida ao longo de tantos projetos importantes, certas pessoas insistem em não enxergar o lado empreendedor, a capacidade de gerenciamento, poder de aglutinação e visão. 
Nós, artistas, queremos contribuir, participar das decisões e discussões que interferem na vida de todos. Somos, antes de tudo, cidadãos. Não sou eu, o único a perder com essa visão míope. Perdemos todos! Boa parte das coisas que realizo hoje, estavam em meus planos desde garoto. Eu ficava ansioso para ganhar mais idade para poder colocá-los em prática. 
Hoje lamento que, com um turbilhão de planos ainda na minha mente, o tempo já não esteja mais a meu favor. O desejo de realizar muitos outros projetos que estão no meu velho caderno de anotações, continua. Mas confesso, às vezes, dá vontade de chutar o balde e tomar outro rumo.

Entrevista ao Diário de Caratinga - Pergunta 15

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Dia Nacional do Samba - Cartola

Mestre Cartola

Você Considera Reconhecido em Sua Cidade?

Homenagem em desfile estudantil no aniversário de Caratinga

- A tendência é que as pessoas deem mais valor aos artistas que moram fora em detrimento ao que optam por ficar na sua terra natal e que geralmente cultuem a máxima de que “santo de casa não faz milagre”. 
Mas me sinto reconhecido em Caratinga sim. O pessoal daqui respeita e admira o meu trabalho, me trata com muito carinho e muito das vezes o que o artista mais quer é este afago. O reconhecimento é o combustível da produção de qualquer artista.

Entrevista "Diário de Caratinga" / Pergunta 16

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

"O ABC do Voto Consciente" Agora em Ubaporanga

Exposição "O ABC do Voto Consciente" segue sus itinerância

Será inaugurada na próxima terça, 02 de dezembro, a exposição na Casa da Cultura Dona Lolinha em Ubaporanga, a mostra ‘O ABC do Voto Consciente’. 
A exposição será apresentada ao público, por meio de banners, extraída da "Cartilha do Eleitor", de autoria de Eugênio Maria Gomes e Marilene Godinho e com ilustrações do cartunista Edra. 
A obra possui 60 páginas e traz a mascote ‘Palmeirinha’ do MAC (Movimento Amigos de Caratinga) que, de forma irreverente, orienta o Eleitor a escolher de forma crítica os seus candidatos. “A ideia de transformar a Cartilha em exposição é para reavivar o seu conteúdo na mente dos eleitores que já a conheceram em 2011. A exposição busca despertar, principalmente nos jovens, o interesse por política”, explica Edra. 
Um dos autores da Cartilha, professor Eugênio Maria Gomes, fala sobre o processo de criação da obra. “A Cartilha surgiu a partir de um artigo que publiquei no jornal Diário de Caratinga. Então, os membros do MAC comentaram em reuniões e foi surgindo a ideia de transformar aquelas dicas do artigo em uma cartilha. Convidamos a Marilene Godinho e todos os amigos do MAC colaboraram com dicas e conseguimos lançar a primeira edição de 10 mil exemplares que foram distribuídos gratuitamente nas escolas e na cidade em 2011. 
A nossa cartilha, lançada aqui em Caratinga, recebeu a nossa autorização e foi publicada, também, em Volta Redonda, em São José dos Campos e em Friburgo”. 
Charges sobre as eleições paralelamente à exposição do ‘ABC do Voto Consciente’, será realizada com a seleção de 100 charges sobre as Eleições, publicadas no jornal Diário de Caratinga durante a última década (coletânea), de autoria de Edra. 
A exposição fica aberta ao público até o dia 02 de Dezembro 2014 a 10 de janeiro de 2015