Beto de Souza - SISTEC |
Ninguém faz sucesso durante uma década a toa. Para alcançar
reconhecimento durante um período tão expressivo, tem que ser mesmo artista. E
Edra é artista na verdadeira concepção da palavra, com uma produção única,
pessoal e intransferível. A marca Edra, sem dúvida, está nas charges por ele
criadas. Algumas, para nossa felicidade, são publicadas no Diário de
Caratinga. Nelas, podemos notar, sem
nenhum esforço, o talento, a criatividade, a irreverência, a originalidade de
um verdadeiro mestre do humor. E, também, o traço com DNA próprio, que
apreciamos sem saber exatamente o motivo; intuitivamente, vemos a arte ali
impressa, a força da mensagem competentemente repassada, o desenho com a exata
noção de tempo/lugar.
Com Edra, aquela
velha piada do tal sujeito que é o melhor da cidade em sua função – mas também,
pudera, é o único que faz aquilo no tal lugar – não funciona. Se outros mil
chargistas existissem na Cidade das Palmeiras, Edra, sem nenhuma dúvida,
continuaria a brilhar destacadamente. Edra é o chargista da pegada certa, com
uma qualidade adicional: sabe escolher como ninguém os temas para seus
trabalhos. Como os melhores artistas do humor, nos faz rir até de nossas
desgraças. Com sutileza, argúcia e, é claro, talento diferenciado, Edra às
vezes toca nos assuntos mais delicados sem nos ofender e, o principal, faz-nos
rir (muito) com eles. Baixaria não é com ele. Refinamento, sim.
Outra coisa chama a
atenção em Edra. Com
a capacidade que tem, poderia estar brilhando em outras paragens mais
cosmopolitas. Quem duvida de que ele tenha bagagem para ser sucesso em qualquer
outro lugar do Brasil? Mas, como é moço, além de inteligente, sensível, Edra
deve ter escolhido ficar por aqui para não perder o calor, o respeito e a
afetividade que sente tão de perto, vinda de familiares, amigos e até anônimos.
E, além do mais, aqui ele terá sempre muito material para trabalhar: quem
discorda de que Caratinga oferece farta matéria prima para charges?
Não deve ser fácil ser Edra. Carrega com ele
a responsabilidade de ser um dos representantes maiores do nosso humor. E, como
se não bastasse, ainda tomou para si a responsabilidade de ajudar a promover a
cultura na cidade. A Casa Ziraldo de Cultura não surgiu de um passe de mágica,
mas do ideal e da capacidade de mobilização de Edra. A mesma capacidade que tornou
o Salão do Humor de Caratinga, outra criação dele, um esplêndido exemplo de que
as coisas só podem dar certo quando se colocam nelas força de vontade,
conhecimento e, mais uma vez, agora e sempre, talento. Ao completar dez anos de
atuação como chargista do Diário de Caratinga, brindando-nos com os mais
inspirados e inteligentes trabalhos, Edra merece mais que aplausos. Merece o
nosso muito obrigado reverente, vibrante e cheio de admiração.
Viva o Edra!
P.S. Edra, sinto uma imensa inveja boa por não saber riscar
nem um traço sequer. Se você abrir uma escola para aspirantes a desenhistas sou
o primeiro da turma. Hehe... Por enquanto me resta continuar apreciando seu
trabalho.
Saudações
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